G. Ágape

 Conheço um homem que todas as noites sai para trabalhar. Tem tudo o que pediu a Deus. Cumprimenta as pessoas que passam por ele com um belo sorriso no rosto. Este homem que descrevo tem algo valioso. Sua oração.
Em seu bolso, leva uma pequena Bíblia e com ela passa a noite.
Ele trabalha como guarda em um condomínio. Observava de perto as casas bem levantadas, os carros com quatro metros de comprimento, jardins elegantes e pessoas ricas passeando com seu cachorrinhos mimados. Parece tudo planejado.

Sua Bíblia amassada e rabiscada serve para tudo. Até para aprender a orar. Nas horas vagas, olha para o céu irrigado pelas estrelas e se dedica ao máximo. Pensa em cada pecado cometido e tenta ser o mais verdadeiro possível diante do Pai. Ora para que cada morador do condomínio esteja bem.
Sua mulher acha estranho. Como pode um homem pobre pedir a Deus proteção aos ricos mesquinhos? Como pode um homem orar por humanos que não amam, bebem, se regalam, insultam e abandonam o primeiro amor? Deveria pedir uma casa decente para os filhos desse homem morar. Mas não fazia isso.
Ele deixava nas mãos do Pai cada pessoa daquele condomínio. Até mesmo àqueles que deram apelidos mal intencionais.
Na mesma noite, ele se levanta do piso frio e agradece. Por que se foi mais uma noite de vida para que os mortos vivam.

Mais uma chance. Antes de tudo, recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças, em favor de todas as pessoas. Pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e pacífica, com toda a piedade e dignidade (1Tm: 2, 1-2).